1 – Seguro – A maioria dos países solicita que você compre uma apólice de seguro na própria entrada da fronteira. A Venezuela, por exemplo, permite o trânsito livre até a cidade de Santa Elena do Uairen, onde existem duas opções de empresas (a multinacional Mapfre é uma delas) Após a compra, é necessário retornar a aduana para oficializar a entrada do carro e, enfim, seguir viagem.
Já para o Mercosul, é necessária a Carta Verde. Para quem já possui o seguro de automóvel nacional, basta ligar para a própria empresa e solicitar a Carta Verde, que será concedida após o pagamento de uma taxa paga à própria seguradora. Com a Carta Verde, o trânsito é permitido por todos os países do Mercosul, além do Chile.
2 – Dinheiro – Graças à internacionalização da maioria dos bancos e empresas de cartão de créditos, conseguir moeda local já não dá tanto trabalho. As grandes cidades já contam com caixas eletrônicos que permitem o saque rápido com moeda local (claro, com taxas que variam de pequenas a severas, dependendo do país). Além disso, as grandes bandeiras de cartão de crédito já são aceitos na maioria dos estabelecimentos mais modernos. Traveller Checks são cada vez menos necessários.
É importante, no entanto, levar uma certa quantia em dólares, escondida nas malas, para ser utilizada em casos de emergência. O dólar continua sendo universalmente aceito em todos os países.
Mais importante ainda, é ter moeda local. Nas cidades fronteiriças, o câmbio negro rola solto, e quase sempre é possível trocar a moeda de um país pelo outro. Em certas aduanas, é preciso ter sangue frio para ignorar a maioria dos cambistas (às vezes, em dezenas) e escolher aquele mais confiável e com o melhor preço. A troca é importante, pois pedágios ou postos de gasolina que não aceitam cartões podem se encontrar do outro lado e dólares nem sempre serão aceitos. O câmbio nem sempre é justo, mas na fronteira Brasil-Venezuela é extremamente favorável quando comparável ao câmbio na capital.
3 – Propinas – as polícias latino-americanas são extremamente corruptas. Muitas vezes, mesmo que tudo esteja certinho com o carro, policiais e militares inventam motivos para cobrar uma propina para liberar o carro. Em alguns casos, são mais explícitos, pedem um presente, qualquer coisa. Nesses casos, é bom ter a mão alguns itens brasileiros tipicamente baratos, como chocolates Garoto na Venezuela.
Em todo o caso, nunca, NUNCA, ofereça propina. Isso tende a piorar sua situação e, principalmente, a aumentar o valor da propina. Espere que o policial peça. E, claro, evite cometer deslizes. Em países como EUA, Canadá e Chile, só são parados os carros que derem motivo para serem parados – alta velocidade, lanterna quebrada, embriaguez, etc.
Seguros, passaportes, Carteira Internacional de Motorista e dois triângulos são os deslizes mais comuns que viram motivo para cobrança de propina.
4 – Evite viajar à noite –nunca se sabe quando aparecerá um buraco pela frente – nas estradas costarriquenhas, que na maioria das vezes eram muito boas, cruzamos com diversos deslizamentos com trechos de meia-pista, sem sinalização qualquer. À noite seria mais difícil ainda ver o perigo.
Além disso, países como Venezuela e México possuem um índice de criminalidade muito maior após certa hora da noite, quase como um toque de recolher. E ainda fica mais difícil encontrar hotéis abertos com quartos disponíveis após certos horários.
5 – Mapas – equipamentos de GPS como Garmin, Tom Tom e Mio são extremamente úteis, principalmente em países como Brasil, Chile, Argentina, Venezuela, Panamá, EUA, México e Canadá. Mesmo assim, não substituem o bom e velho mapa de papel. Não são perfeitos. Estudar bem o roteiro na noite anterior continua de fundamental importância, marcando “checkpoints” específicos que têm que ser atingidos durante a viagem no dia seguinte.
Importante também acompanhar os noticiários locais – café da manhã e jantar são boas oportunidades para isso. Neles podem ser observadas notícias de deslizamentos ou de ondas de violência. Conversar com os locais, pedir sua opinião também é fundamental. Isso nos ajudou a mudar o roteiro em duas oportunidades.
6 – Material – coisas imprescindíveis em qualquer longa viagem de carro.
- Lanternas – uma pequena no porta-luvas e outra mais potente guardada na mala.
- Canivete suíço – suas múltiplas funções e seu tamanho minúsculo o tornam também item básico do porta-luvas. Um facão maior guardado na mala também tem suas utilidades.
- Isqueiro e caixa de fósforos
- Cabo de chupeta para panes elétricas – um recarregador automático de partida também pode ser bem útil.
- 2 triângulos – países como Argentina, Paraguai e Nicarágua têm como item obrigatório dois triângulos e não apenas um, como no Brasil. Esse é um motivo frequente de cobrança de propina pelos policiais.
- Chave de roda em cruz – mesmo que todo carro já venha com equipamento específico para trocar pneu, a chave em cruz facilita muito a troca, em um tempo muito menor.
- 2 estepes – mesmo que furar dois pneus de uma vez seja mais difícil, ter um estepe a mais torna a procura por uma borracharia mais tranquila. Bom também é ter à mão um spray específico que enche o pneu com uma borracha, tornando-o utilizável por mais cerca de 80 quilômetros.
- Chave reserva – mesmo que fique no carro no porta-luvas. As chaves hoje em dia possuem um chip relativamente frágil, que permite que o carro seja aberto, mas não seja ligado. Fiquei três dias sem carro na Venezuela por causa desse erro bobo.
- Garrafa de água, óleo, fluido de freio sobressalentes. Em países mais frios, é importante também um limpador de para-brisas resistente a temperaturas menores que 40ºC negativos – a água congelar dentro do limpador pode ser um grande inconveniente. Nesses casos, pode-se comprar também uma pazinha específica para retirar o gelo que se forma sobre o vidro durante a noite.
- barraca de camping / saco de dormir / pastilhas para fogo – nunca se sabe, em caso de pane, é melhor dormir protegido longe da estrada do que dentro do carro.
7 – Planejamento – consulte outros sites, tire todas as suas dúvidas: